Crianças sentadas lado a lado na sala de aula, no recreio e na biblioteca. Todos estudantes participando juntos dos jogos escolares, indo para o passeio ao museu ou simplesmente contando como foi o final de semana. Quando crianças com deficiência se sentam lado a lado com todas as outras crianças sem qualquer tipo de distinção aprendem a vencer o preconceito e se tornarão adultos que permitem que todos ocupem seu lugar na sociedade, independente de sua cor, sexo, opção religiosa ou sexual, pela deficiência ou classe social. Na escola vivemos o reflexo do futuro, é uma prévia do que será nossa vida do lado de fora dos muros escolares. Para que a inclusão seja real, e que de fato aconteça, devemos entender e reconhecer o outro, somente assim poderemos ter a honra de compartilhar experiências com pessoas diferentes de nós.
Infelizmente muitos acreditam na impossibilidade de uma escola inclusiva eficiente e real. Mas vou contar, ela é possível. Nossa Constituição de 1988 garante o acesso de TODOS ao Ensino Fundamental, destacando que os alunos com necessidades especiais, sejam elas quais forem, devem ter atendimento especializado, de preferência dentro da própria escola, o que não substitui o ensino em classes regulares. Para uma escola inclusiva é necessário um projeto pedagógico baseado na reflexão, que valorize a cultura, a história e as experiências de vida de seus alunos. As práticas pedagógicas devem ser revistas e planejadas para que todos aprendam. E como isso pode ser feito? Diversificando o programa, mas tendo em mente que ao final todos os alunos devem alcançar os mesmos objetivos. A palavra chave é LIBERDADE, os alunos devem ser livres para aprender cada um de seu modo, de acordo com suas condições e respeitando suas limitações.
As políticas educacionais inclusivas resultam de propostas nas diretrizes legais, nacionais e internacionais. A Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais que ocorreu em 1994 em Salamanca, na Espanha, ressalta que todas as crianças devem aprender juntas, preferencialmente nas classes comuns do ensino regular, como também é assegurado na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Diante do exposto, surge a necessidade de um redimensionamento social e educacional, levando a um novo olhar no papel das instituições formadoras de recursos humanos para a comunidade, fomentando assim a formação de profissionais capazes de incluir todos os indivíduos que um dia foram excluídos dos sistemas educacionais e do mercado de trabalho.
Autora: Erika Longone
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